As seguidas grandes erupções de vulcões na Islândia e, agora, no Chile levantaram a preocupação de algumas pessoas quanto a seus efeitos sobre o aquecimento global. Uma revisão de estudos sobre o assunto feita por um cientista da Agência de Levantamentos Geológicos dos EUA (USGS, na sigla em inglês), no entanto, mostra que em apenas três a cinco dias as atividades humanas lançam na atmosfera mais dióxido de carbono (CO2), principal gás do efeito estufa, do que todos os vulcões do mundo ao longo de um ano.
- A pergunta mais frequente que me fizeram, e ainda fazem, nos meus cerca de 30 anos como geoquímico de gases vulcânicos, tanto pelo público em geral quanto por outros geocientistas que trabalham em campos fora da vulcanologia, é se "os vulcões emitem mais dióxido de carbono do que as atividades humanas?" - conta Terrance Gerlach, da USGS. - As pesquisas mostram sem dúvidas que a resposta é "não". As emissões antropogênicas de CO2 fazem as vulcânicas parecerem nanicas.
Os estudos avaliados por Gerlach fornecem estimativas sobre a emissão dos vulcões que vão de um mínimo de 100 milhões de toneladas a um máximo de meio bilhão de toneladas de dióxido de carbono por ano. O cientista, então, presumiu uma média de 250 milhões de toneladas para fazer suas comparações, muito pouco diante das projeções de que a atividade humana lança cerca de 35 bilhões de toneladas anuais de CO2 na atmosfera. Os cálculos de Gerlach mostram ainda que as emissões antropogênicas superam até mesmo a de super-erupções, eventos raríssimo que ocorrem em média uma vez a cada 100 mil a 200 mil anos.
- E os exemplos mais recentes que temos disso são as erupções de Toba, 74 mil anos atrás na Indonésia, e da caldeira de Yellowstone (EUA) há 2 milhões de anos - destacou ele na sua revisão, publicada no periódico "Eos", da União Americana de Geofísica.
fonte: O Globo
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