terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como a poluição pode alterar nosso cérebro




Se você quer que sua mente funcione melhor e esteja mais protegida da deterioração precoce, utilize uma máscara para filtrar o ar que respira quando a poluição aumenta, procure escolher para viver uma vizinhança livre de fumaças e com amplas áreas verdes ou, pelo menos, reduza a quantidade de horas diárias que permanece exposto à contaminação atmosférica.

Definitivamente: para cuidar do cérebro convém se aproximar todo o possível do ar puro e se afastar o mais que puder do contaminado.

São as recomendações que poderiam ser retiradas de uma recente pesquisa com roedores de laboratório, realizada pela Universidade Estatal de Ohio (OSU, segundo a sigla em inglês), segundo a qual a exposição a longo prazo à poluição do ar pode ocasionar mudanças físicas no cérebro, assim como problemas de aprendizagem, memória e quadros depressivos.

"Outros estudos demonstraram os efeitos daninhos da contaminação do ar no coração e nos pulmões, mas este é um dos primeiros que mostra seu impacto negativo no cérebro", explicou  a estudante de doutorado em neurociência Laura Froken, principal pesquisadora do estudo na OSU.

De acordo com Laura, "uma exposição prolongada ao ar contaminado pode ter efeitos negativos
visíveis no cérebro, o que poderia causar vários problemas de saúde".

Para sua pesquisa, um grupo de ratos foi exposto a ar filtrado e outro ao ar contaminado, durante seis horas diárias, cinco dias por semana, durante dez meses, um lapso equivalente a quase a metade do período de vida da cobaia.

O ar contaminado continha partículas diminutas, de  uma trigésima parte da grossura comum de um fio de cabelo humano, do tipo que liberam para o ar  carros e fábricas, e também provenientes de pó natural,  as quais podem alcançar áreas profundas dos pulmões e de outros órgãos.


O ar sujo que respiramos
A concentração de partículas à qual os ratos foram expostos equivale à que um ser humano é submetido em algumas áreas urbanas poluídas, de acordo com os pesquisadores.

Após dez meses de exposição ao ar poluído ou ao filtrado, os pesquisadores realizaram uma variedade de testes de conduta nos animais, comprovando que aqueles que respiraram o ar contaminado tiveram mais dificuldades para aprender e lembrar, comparados com os quais receberam ar limpo.

Em outros testes, os roedores expostos ao ar poluído mostraram mais comportamentos depressivos e níveis mais altos de ansiedade que os que respiraram ar filtrado.

 Ao estudar o hipocampo dos animais - uma área cerebral relacionada à aprendizagem, à memória e à depressão – foram observadas diferenças físicas claras entre o dos ratos expostos ao ar contaminado e o dos quais não foram, assinalou  Laura, que é membro do Instituto de Pesquisa de Medicina do Comportamento da OSU.

"Estudos prévios mostraram que este tipo de mudanças no hipocampo cerebral estão relacionados com uma diminuição da aprendizagem e da memória", assinalou o pesquisador Randy Nelson, coautor do estudo A contaminação do ar inclusive poderia afetar os seres humanos quando estão sendo gerados no ventre materno, afetando o desenvolvimento potencial de sua inteligência quando nascem.

Em uma pesquisa publicada na revista científica “Environmental Health Perspectives”, e no serviço de notícias científicas “Neomundo”, se comprovou que os bebês cujas mães foram expostas ao ar poluído durante a gravidez poderiam sofrer problemas em seu desenvolvimento cognitivo tempos depois, ao redor dos cinco anos de idade.

Os resultados do estudo, realizado na Cracóvia (Polônia) pelo  Centro Colúmbia de Saúde Ambiental Infantil de Nova York (CCCEH, Estados Unidos), confirmam os dados de outro similar realizado na cidade de Nova York e apresentam novos indícios dos efeitos dos poluentes do ambiente urbano na saúde humana.


Partículas HAP, uma ameaça invisível

Os especialistas do CCCEH examinaram  se as crianças expostas a níveis altos de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) apresentavam  uma menor capacidade intelectual e de raciocínio.


Os HAP incluem ao redor de cem substâncias químicas que são liberadas no meio ambiente quando são queimados combustíveis fósseis usados para transporte, calefação e produção de energia, entre muitos outros usos.

Na pesquisa participaram 214 crianças nascidas entre 2001 e 2006 na Cracóvia, todos procedentes de mães saudáveis e não fumantes, as quais usaram durante a gestação dispositivos em uma mochila para medir a contaminação do ar. Além disso durante sua gravidez foram retiradas das mulheres amostras de sangue e elas responderam vários questionários.

Seus filhos foram submetidos a um acompanhamento até que completaram cinco anos  de idade, quando executaram um Teste de Matrizes Progressivas de Raven (MPR) uma prova destinada a medir  a capacidade  intelectual.

Além disso, foram levados em conta outros fatores que poderiam se relacionar com uma capacidade cognitiva infantil reduzida, como a concentração de chumbo, a inalação de fumaça de tabaco e o nível de estudos da progenitora.

Os pesquisadores do CCCEH descobriram que as crianças expostas a níveis elevados de HAP durante a gestação tiveram um pior rendimento nas provas MPR de capacidade intelectual e de raciocínio, comparados com aqueles cujas mães quase não tinham sido expostas a estes compostos poluentes.
"O efeito sobre a inteligência era comparável ao das crianças de Nova York expostos em fase pré-natal aos mesmos poluentes atmosféricos em um estudo anterior", explicou a professora Frederica Perera, diretora do CCCEH da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Colúmbia (EUA) e coautora do estudo.

Para a pesquisadora "isto é preocupante pois o coeficiente intelectual é importante para prever o rendimento acadêmico futuro e os HAP são abundantes nas cidades de todo o planeta."

fonte: Yahoo! Notícias

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

[Documentário] Greenpeace Brasil - Mudanças do Clima, Mudanças de Vida


"Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas” revela, com depoimentos de pessoas das comunidades afetadas e análises de cientistas, como o aquecimento global já provoca vítimas, doenças e prejuízos econômicos em todo o Brasil.
 
A imagem das Cataratas do Iguaçu com quedas minguadas ou completamente secas ainda está fresca na memória dos brasileiros. A diminuição no volume de água, que chegou a um décimo do normal em julho, foi provocada por uma das piores estiagens dos últimos anos no Paraná. No ano passado, a Amazônia, que detém 20% da água doce do planeta, se transformou em uma espécie de sertão, em uma das secas mais severas que já assolaram a região.

Ainda em 2005, um tornado devastou o município de Muitos Capões (RS), no mesmo dia em que o furacão Katrina arrasou Nova Orleans, nos Estados Unidos. No final de março de 2004, o furacão Catarina, o primeiro registrado no Atlântico Sul, matou 11 pessoas e causou destruição em dezenas de municípios da região Sul. Apenas em Santa Catarina danificou mais de 32 mil casas, com prejuízos de mais de R$ 1 bilhão.

Depoimentos dos pesquisadores Carlos Nobre (Inpe) e Francisco Aquino (UFRGS) revelam que essas são evidências claras de que o mundo e várias regiões do Brasil são vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.

O documentário e o relatório "Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas", do Greenpeace, apresentam testemunhos de vítimas do aquecimento global na Amazônia, no Nordeste, no Sul e na zona litorânea brasileira. São pessoas que viram suas casas destruídas por causa de ventos ou inundações, perderam suas lavouras e seus animais por causa de secas fora do normal ou foram afetadas por catástrofes climáticas antes desconhecidas pelos brasileiros. O relatório e o documentário mostram ainda as relações entre a destruição da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, e o aquecimento global, e como o desmatamento e as queimadas fazem do Brasil o quarto maior emissor de gás carbônico do planeta.

"O Brasil precisa assumir sua responsabilidade como grande emissor de gases de efeito estufa. O governo deve combater o desmatamento de maneira implacável, promover as energias limpas e os programas de economia de energia. Os brasileiros têm todo o direito de saber onde somos mais vulneráveis aos efeitos devastadores do aquecimento global e como vamos reduzir nossa contribuição a este problema. Não temos tempo a perder nesta luta pela nossa sobrevivência", afirma Carlos Rittl, coordenador da campanha de clima do Greenpeace.

O relatório e o documentário mostram também o que os governos, as indústrias e os cidadãos podem fazer, com mudanças nos padrões de produção e de consumo, para evitar que o cenário de mudanças climáticas, que já é grave, se torne irreversível e catastrófico para toda a vida do planeta nos próximos anos.

Eventos Públicos

Além do relatório e do vídeo, a nova campanha de mudanças climáticas do Greenpeace conta com eventos de mobilização pública: a exposição fotográfica e a instalação sensorial "Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas" percorrerão dez cidades brasileiras. A exposição possui 28 painéis com fotos e textos explicativos sobre como o aquecimento global já afeta a vida de milhares de brasileiros. Os visitantes também poderão conhecer um túnel para visualizar e sentir os efeitos das mudanças climáticas. Ao final da visita, as pessoas receberão uma cartilha com dicas do que podem fazer para ajudar a restaurar o equilíbrio climático do nosso planeta. (Texto do greenpeace.org)

Assista o documentário abaixo:



Brasil não sabe lidar com grandes acidentes ambientais, dizem especialistas


O vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Campo de Frade, operado pela Chevron, suscitou uma reflexão: o Brasil está preparado para lidar e enfrentar acidentes ambientais desse tipo? Os especialistas afirmam que não e cobram leis mais rigorosas e medidas eficazes para evitar desastres como esse.

O diretor do Programa Marinho da ONG Conservação Ambiental, Guilherme Fraga Dutra, acredita que o governo brasileiro também tem parcela de culpa no vazamento de petróleo na Bacia de Campos. “A responsabilidade principal é da concessionária do bloco, a Chevron. A Transocean (perfuradora de poços de petróleo) é corresponsável. Mas o governo pecou pela dificuldade de fiscalização da operação dos blocos e de deflagrar ações para reduzir os danos do vazamento tão logo começou a ocorrer. Imaginem se fosse um vazamento numa área próxima à costa ou numa área sensível, como a Região dos Abrolhos. O impacto ambiental seria ainda maior e, em muitos locais, traria perdas irreparáveis”, avaliou o biólogo.




Guilherme lembra que o Plano de Contingência Nacional contra derramamento de óleo ainda nem saiu do papel. “Os riscos desta atividade no mar são muito altos e para reduzi-los é preciso trabalhar em duas frentes: no  ordenamento do espaço marinho, criando áreas de exclusão à exploração, e medidas para reduzir os impactos, caso venham a ocorrer”.

Nesta quinta-feira (24), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse à imprensa que o governo está elaborando o plano. Uma comissão interministerial foi formada para revisar os estudos que vêm sendo feitos há aproximadamente uma década sobre o assunto. “Nós temos que ter um plano de contingência que, de fato, corresponda às nossas necessidades e que funcione. Temos agora o pré-sal, coisa que não havia antes. Então, esse plano terá que estar ajustado às perspectivas que se abrem para o Brasil”, comentou Lobão.

Fiscalização na prática

Em entrevista à “Carta Capital”, o doutor em Engenharia Nuclear e professor da Universidade de São Paulo Ildo Luís Sauer afirmou que, na prática, as operadoras de petróleo e as empresas responsáveis pela construção das plataformas no oceano são as únicas responsáveis por fiscalizar a segurança do empreendimento. “O Ibama e a ANP, responsáveis pela vistoria técnica e ambiental, respectivamente, precisam reformular os seus procedimentos”.

Já o sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) exigiu a adoção de leis mais rigorosas para punir as companhias responsáveis por acidentes ambientais no Brasil. “As empresas têm a certeza de que o crime compensa porque sabem que a legislação que trata sobre o assunto ambiental no Brasil não é rigorosa para punir quem tem desvio de conduta. Uma multa de R$ 50 milhões para uma companhia desse porte não é nada”, disse o coordenador-geral da entidade, José Maria Rangel.

Prevenção

Empresas como a brasileira Petrobras desenvolveram métodos sofisticados para a extração do petróleo em alto mar, mas "deixam a desejar" nos métodos para enfrentar vazamentos e proteger o ambiente, declarou o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. “O acidente da Chevron mostra que extrair petróleo do mar não é uma tarefa simples”.

Pires assegura que nem o Brasil nem o resto do mundo estão preparados para responder rapidamente a um acidente petroleiro no mar. “Tapar um vazamento e coletar o petróleo derramado leva tempo. As empresas e os governos precisam trocar informações sobre a maneira de agir”, disse Pires.

fonte: Yahoo! Notícias

domingo, 20 de novembro de 2011

Chevron assume responsabilidade por vazamento no Brasil

Vista aérea do petróleo que vazou perto da costa do Rio de Janeiro, em um poço perfurado pela Chevron, no campo de Frade.



RIO DE JANEIRO (Reuters) - A empresa de petróleo Chevron assume toda a responsabilidade pelo vazamento em águas brasileiras, disse neste domingo (20) o presidente da subsidiária local, George Buck.

Buck informou que o vazamento com origem em um poço exploratório perfurado pela companhia no campo de Frade foi interrompido, e que o óleo residual que migrou para as rochas no fundo marinho agora forma volumes bem menores, de dezenas e não centenas de barris por dia, como anteriormente.

"A Chevron assume a responsabilidade total pelo incidente," disse Buck à imprensa no Rio de Janeiro. "Vamos compartilhar as lições aprendidas aqui na esperança de que esse tipo de incidente não ocorra de novo no Brasil ou em qualquer lugar do mundo".

Buck declarou que o vazamento ocorreu porque a companhia subestimou a pressão do reservatório de petróleo que era perfurado e superestimou a resistência da formação rochosa no fundo do mar.

O petróleo vazou por meio do poço que estava sendo perfurado, migrou para as rochas por meio de fissuras nas paredes do poço e aflorou no fundo do mar, atingindo a superfície da água e formando as grandes manchas.

A Chevron tem 52 por cento do campo de Frade, que está produzindo 79 mil barris de óleo e gás natural por dia, e é operadora do campo.

O poço, que está sendo abandonado, foi perfurado pela Transocean, mas Buck disse que os problemas no poço "não tem nada a ver com a Transocean".

O vazamento está localizado a 160 quilômetros (km) da costa do Estado do Rio de Janeiro.

No ápice do vazamento, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) disse que cerca de 200 a 330 barris de petróleo estavam vazando pelas rachaduras no fundo do mar.

Buck disse que a estimativa oficial da Chevron deve ser divulgada na segunda-feira (21).

fonte: Yahoo! Notícias

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Brasil é o 84º do ranking de desenvolvimento humano da ONU

Brasília – O Brasil é o 84° colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011, divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A lista tem 187 países e o índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho. O IDH 2011 do Brasil é 0,718, colocando o país no grupo de nações com desenvolvimento humano elevado. O índice brasileiro está acima da média global (0,682).

Na comparação com 2010, o Brasil subiu uma posição. A Noruega manteve a liderança no ranking, com IDH de 0,943. Em seguida estão a Austrália (0,929) e os Países Baixos (0,910) no grupo de países com desenvolvimento muito elevado. Nas últimas posições, com os piores índices, estão o Burundi (0,316), Níger (0,295) e a República Democrática do Congo (0,286), todos na África Subsaariana.

O IDH considera três dimensões fundamentais para o desenvolvimento humano: o conhecimento, medido por indicadores de educação; a saúde, medida pela longevidade; e o padrão de vida digno, medido pela renda.




Em 2011, para o Brasil, foram registrados 73,5 anos de expectativa de vida, 13,8 anos esperados de escolaridade (para crianças no início da vida escolar) e 7,2 anos de escolaridade média (considerando adultos com mais de 25 anos). A Renda Nacional Bruta (RNB) per capita dos brasileiros em 2011 considerada no cálculo do Pnud foi US$ 10.162.

Desde a criação do IDH, em 1980, o Brasil registra evolução no índice. Em três décadas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 11 anos, a média de escolaridade subiu 4,6 anos, mas a expectativa de anos de escolaridade caiu 0,4 ano. No período, a RNB per capita subiu cerca de 40%.

“As dimensões sociais, de educação e saúde foram as que mais causaram impacto no IDH do Brasil e fizeram com que o país ganhasse posições”, avaliou o economista do Relatório de Desenvolvimento Humano brasileiro, Rogério Borges de Oliveira. Entre 2006 e 2011, o Brasil subiu três posições no ranking do IDH, segundo o Pnud.

Apesar dos avanços, o IDH 2011 do Brasil está abaixo da média da América Latina (0,731). O desempenho brasileiro está atrás do Chile (0,805), da Argentina (0,797), do Uruguai (0,783), de Cuba (0,776), do México (0,770), do Panamá (0,768), do Peru (0,725) e do Equador (0,720).

Em relação aos outros países que compõem o Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, China, Índia e a África do Sul), o IDH brasileiro é o segundo melhor, atrás da Rússia. “É interessante colocar esses países em um mesmo grupo de comparação pelo tamanho continental, pelas populações enormes, pela importância política, por serem economias emergentes e por terem políticas similares em alguns pontos”, explicou Oliveira.

Além do índice principal, o Pnud também divulgou o IDH ajustado à desigualdade (IDHAD), que capta perdas no desenvolvimento humano por causa das disparidades socioeconômicas; o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM); e o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que mede a perda de oportunidades das mulheres por causa da discriminação.


fonte: Luana Lourenço, da Agência Brasil