domingo, 14 de agosto de 2011

Supergene permite a borboleta da Amazônia se proteger das aves



Como uma borboleta da Amazônia pode imitar nas asas os desenhos de congêneres venenosas para se proteger de seus predadores? Este misterioso mimetismo acaba de ser desvendado por cientistas, graças à análise de um "supergene", destacou um estudo publicado esta sexta-feira, 12, na edição online da revista Nature.

Os desenhos complexos que a borboleta amazônica 'Heliconus numata' ostenta em suas asas permitem a ela imitar seis espécies de borboletas venenosas, de sabor amargo, desagradável para as aves.

As borboletas 'Heliconus' capazes de imitar suas congêneres venenosas ('Melineae') transmitem à suas descendentes esta proteção contra os predadores.

Mas, como todas as características necessárias são transmitidas?

O "supergene" situado em um único cromossomo compreende cerca de 30 genes que controlam, juntos, muitas características como a cor das asas, que são "herdadas em bloco" pela geração seguinte, explicou Mathieu Joron.

Dentro do "supergene", a ordem dos genes varia nas borboletas 'Heliconus' que ostentam desenhos diferentes. Alguns genes se encontram "de costas uns para os outros", o que "suprime o processo natural de recombinação" genética no âmbito da reprodução sexuada, afirmou.

Desta forma, "os genes se comportam como blocos colados", o que evita, segundo o pesquisador, a formação de formas intermediárias de borboletas que perderiam, assim, a vantagem do mimetismo.

A existência de grupos coordenados de genes que formam um supergene já era conhecida em outras espécies, como as flores primaveras ou na camuflagem de mariposas.

fonte: O POVO Online

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